Ainda este ano (ou no máximo, no começo do ano que vem), o Google irá lançar o Google Glasses: Um óculos de Realidade Aumentada capaz de reproduzir uma camada virtual sobre o mundo real, agregando uma camada informacional capaz de mudar completamente o cenário do marketing.
Antes de continuar lendo este artigo, assista ao vídeo abaixo, senão nada mais fará sentido. EU garanto que valerá a pena :)



Fantástico, não é mesmo?
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Agora, imagine que você andou pesquisando em seu smartphone sobre um determinado livro. Imagine ainda que já estejamos num futuro (bem próximo, por sinal) que seu telefone seja capaz de fazer pagamentos utilizando débito em sua conta corrente ou cartão de crédito. Você não encontrou nenhuma oferta interessante, sendo assim, resolve ir dar uma volta. Você põe seu Google Glasses e sai.

Andando pela rua, seu Google Glasses te dá várias informações, sobre as condições do trânsito, sobre sua agenda e outros assuntos do seu interesse.
De repente, você percebe uma setinha apontando para o lado, e obviamente, você olha na direção indicada. Ao olhar para o lado, você vê, na porta de uma livraria, um anúncio virtual sobre o livro que você estava procurando, com um desconto para compra imediata, usando seu cartão de crédito ou débito ligado ao celular. Você balança a cabeça positivamente e este movimento é interpretado pelo Google Glasses como um sinal de liberação para a compra (uma vez que o mesmo possui vários sensores de movimento) e a compra é efetuada.

Na tela do seu celular aparece um “ticket virtual” e é enviado automaticamente à sua conta de email a nota fiscal e o recibo do débito. Nenhuma interação humana até agora! Tudo que você tem a fazer é entrar na loja, mostrar seu celular para o atendente e pegar seu livro, que já estará disponível no caixa, uma vez que o atendente recebeu um aviso do sistema de vendas da loja, dizendo que a venda foi efetuada e que o comprador estava a 200m da loja, e caminhando em direção à loja para buscar seu livro, já pago!


Ou, imagine que você está numa loja, fazendo compras e, de repente, você pega um produto e olha para ele. Imediatamente, aparece em seu óculos uma oferta, com um desconto de 30% no valor do produto que você está olhando, com entrega grátis em sua casa. Imediatamente, você procura por informações da sua rede de contatos e indicações sociais do Google+ e as pessoas que compõem sua rede social afirmam que a empresa é séria. Imediatamente, você larga o produto físico na prateleira e confirma sua compra virtual. Mais uma vez, seu ticket eletrônico confirmando a compra aparece em seu celular e um email é enviado para você com o recibo e a nota fiscal da transação! Este, senhores, é o tipo de propaganda contextual mais exata e precisa que existe: Aquela que atinge o usuário exatamente na hora da compra, com ofertas relevantes e boas condições de compra. O mundo do comércio nunca mais será o mesmo!

Fantasioso? Não! Todas as ferramentas necessárias para que isso aconteça JÁ EXISTEM e estarão fazendo parte do nosso cotidiano daqui a pouquíssimo tempo.

E onde entra o Marketing nisso tudo? Simples: Em tudo!


Hoje em dia, os celulares estão ficando cada vez mais inteligente, sendo capazes até mesmo de ouví-lo(a) mesmo estando em standby! A tecnologia está evoluindo a passos largos, com muita velocidade, e isso reflete de forma direta nas ações de marketing de qualquer empresa que queira manter-se inovadora e relevante para seus clientes. Geolocalização, poderosos equipamentos de computação pessoal móvel e o crescimento exponencial das nossas redes sociais em mídias digitais estão se tornando o “lugar comum” para as pessoas, num ritmo cada vez mais acelerado, e com isso, as empresa estão tendo que lidar com cada vez mais oportunidade e desafios, frente a um cenário que mais parece um filme (dinâmico) do que uma foto (estática), onde todas as mudanças acontecem na velocidade de uma sociedade ávida por novidades e inovações constantes, que agreguem valor à experiência do consumo, ao invés do simples gesto de “comprar”…

Só noS cenárioS que descrevi acima, temos várias oportunidades de marketing. Temos, por exemplo, a oportunidade do marketing de relacionamento, onde a livraria poderia armazenar os dados dessa compra para gerar um banco de preferências deste cliente e perceber quando ele estivesse por perto, numa data próxima a das outras onde se registrou o maior ticket médio (provavelmente, próximo à data em que o cliente recebe seu salário) e oferecer ofertas relevantes em títulos que fizessem parte do universo semântico dos assuntos dos livros já comprados pelo cliente.

Além disso, a livraria poderia fazer parcerias com cursos em diversas áreas, que oferecessem ao cliente, no ato da compra, vídeos de degustação de cursos online, apresentados diretamente na tela do Google Glasses, que poderiam ser assistidos pelo cliente quando ele estivesse esperando um ônibus, por exemplo. Usando a interface criada pelos diversos sensores de movimento do Google Glasses, poderiam ser criados cursos extremamente interativos, que fizessem, inclusive, uso da realidade observada pelo aluno para montar uma sala de aula “virtual” em tempo real, no ambiente onde o aluno estiver: Se está escuro, luzes poderiam acender nos cantos da “sala virtual”. Se está claro, a aula poderia ser dada numa “praça virtual” montada em tempo real… O único limite seria a imaginação (já que parto do pressuposto que internet móvel – 3, 4, 5 ou 10G – será algo de amplo acesso e qualidade/velocidade bastante aceitável nesta “época”).

O problema todo é que a educação não acompanha esta evolução. Poucos são os educadores que efetivamente acompanham estas novidades e estão à par do que acontece no mercado e como isso pode vir a gerar oportunidades de negócios para seus alunos. Os professores dos cursos de graduação, na sua maioria acadêmicos que dão a mesmíssima aula em TODAS AS TURMAS em que lecionam, em geral tem idade superior a 40 anos e não estão muito preocupados em se aprofundar nas novidades. Sendo assim, fica muito difícil – pra não dizer impossível – ter acesso à inovação nos cursos universitários. Além disso, a cada dia, o percentual de pessoas que concluem o curso superior aumenta consideravelmente, e com isso, o mercado fica cada vez mais exigente.

Hoje, fazer uma pós graduação torna-se cada vez mais importante, pra não dizer indispensável, para aqueles que querem se manter competitivos no mercado. Mas não basta apenas fazer uma pós graduação: É fundamental comparar as grades, as disciplinas, os docentes e a metodologia de ensino das instituições pois, hoje em dia, qualquer lugar DIZ que oferece um bom ensino em marketing digital, mas é o sobrenome dos seus professores que vai assinar o diploma dos alunos. Diga: Você prefere ter seu diploma assinado pelos melhores do mercado ou por professores que só ensinam, mas não fazem?

A educação precisa evoluir com a sociedade. Essa é uma necessidade urgente! Mas, você também tem a responsabilidade de buscar o melhor que as instituições de ensino tem a oferecer para montar sua carreira com bases sólidas, baseada em conhecimento atualizado, contextual e em sintonia com os novos tempos.

Se a instituição de ensino onde você está estudando continua presa inexoravelmente ao “Administração de Marketing“, alguma coisa está bastante errada! A teoria é fundamental, mas a prática em consonância com os novos tempos, novas tecnologias e novas demandas da sociedade pode ser – e muitas vezes, é – a diferença entre ter um diploma e ter um emprego!
(Artigo originalmente publicado no Blog do IGEC e replicado aqui)


Renato Siqueira